Uma pausa na viagem para descansar....
Li hoje, que foi feito um estudo alemão acerca da felicidade dos europeus. "A análise assentou nos inquéritos promovidos pelo Eurobarómetro, o serviço da Comissão Europeia de análise da opinião pública, entre 1973 e 2002, junto de Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino Unido e Suécia. Os autores fizeram a média das respostas à pergunta «Como classifica em geral a sua satisfação com a vida que leva?», que consta do inquérito, que dá quatro possibilidades de resposta: muito satisfeito, que é quantificado em 4, satisfeito (3), pouco satisfeito (2), nada satisfeito (1). Portugal surge em último lugar com uma média de 2,52 enquanto os dinamarqueses apresentam o valor mais elevado com 3,61. Mais de metade da amostra situa-se acima dos 3 pontos." O estudo tentava ainda estabelecer uma relação directa entre felicidade e crescimento do PIB, relação que apenas se verificou em alguns ciclos temporais. Não me surpreende o facto de haver alemães a quererem calcular a felicidade alheia e extrapolar conclusões cientificas acerca do estado de espírito dos europeus.Mas tanta simplicidade de raciocínio leva-me a pensar que também acreditam conseguir chegar a um modelo econométrico que prove por A mais B quais as variáveis com maior grau de correlação com o nível de felicidade atingido por um determinado individuo e dai poder extrair a formula magica para ser feliz. O crescimento do PIB tem pouco a ver com sorrisos abertos.Se assim fosse não haveria samba no sambodromo nem suicídios na suecia.Os brasileiros são felizes mesmo quando afirmam na canção de Chico Buarque"que a coisa esta preta" . Lidam com a desgraça com muita graça, vadiando no hedonismo inocente quase infantil do "amanha arrumo um jeito..." e isto definitivamente nada tem em comum com variáveis macroeconómicas. Acredito que a felicidade se prende mais com a riqueza cultural dos povos e com a forma de encarar a vida. O fatalismo dos portugueses e puramente teatral e um culto nacional. Tal como os brasileiros nunca admitirão desgraça enquanto houver samba e futebol, os lusitanos chorarão sempre lágrimas de crocodilo mesmo que o sol brilhe por cima das suas vidas...faz parte do fado e da compaixão que gostam de sentir por si próprios...Assim terão tudo para serem felizes, mas apegados a este vicio de se maldizerem, não gozarão o presente na esperança vã de dias melhores. Mas façamos agora o exercício contrário. Vamos partir da premissa de que não é o PIB que "condiciona" a felicidade mas e esta que se ira reflectir no Investimento e no Consumo do país através do conhecido Índice de Confiança dos Consumidores. O somatório de comportamentos individuais mais ou menos proactivos gerarão mais ou menos sinergias e consequentemente originarão uma maior ou menor riqueza. A felicidade seria assim um bem colectivo que importaria "produzir" em prol do sucesso económico nacional. Mas a felicidade e quase imperceptível e intuitiva. Não e palpável e não pode ser "produzida" em série de forma padronizada e normalizada segundo as normas da UE.E antes feita de suspiros, de olhares, de sucessos e surpresas, de flores, de musica e de mar...e feita de pequenas conquistas do presente com um olhar sobre o futuro aprendendo do passado. Para medir a felicidade com rigor teria de ser inventado um índice que abrangesse todas estas nuances espirituais: uma espécie de índice "yuuuuppppiiiiii" uma vez que ficou aqui provado que o Produto Interno Bruto não chega para medir toda forca de uma valente gargalhada!