segunda-feira, agosto 15, 2005

Entre Macau e Manila...

















Despedi-me da Matilde, fiz as malas e segui viagem com o Pinguim para Manila.
Apesar de não gostar particularmente dos procedimentos logísticos inerentes a qualquer viagem aérea, para conhecer o mundo estou sempre disposta a enfrentar filas no check in, mostrar passaportes, preencher papelinhos, ser revistada por um detector de metais e acima de tudo enfiar-me num avião.
Confesso que faço parte daquele grupo de pessoas que desconfia das estatísticas e prefere ter os pés literalmente bem assentes na terra. É quase um paradoxo ter de fazer algo que me causa sofrimento para poder em seguida sentir a excitação e o deslumbramento que cada viagem me proporciona.
A verdade é que, apesar do mundo me entrar em casa de mil e uma formas, interagindo com o meu intelecto e imaginação, sinto vontade de cheirar a selva depois de uma intempérie tropical ou ver a cor da terra em África enquanto o sol se põe.
O mundo dos sentidos transmite-me a sabedoria que escapa aos melhores documentários do National Geographic e aos manuais de História, Ciência e Cultura.
Viajar é uma experiência sensorial por excelência. Muitas vezes ligo sítios por onde passei a uma determinada música ou cor. Lembro-me de ter estado em Portofino sempre que vejo um quadro de Matisse...há qualquer coisa de fauvisme nos tons vivos da paisagem. É esta interacção que me dá a percepção pessoal de um espaço físico do seu povo e da sua cultura e que no fim do dia me fará sorrir.
Sou assim uma nómada do meu tempo, aproveitando as vantagens do mundo global, do mundo rápido e próximo.

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