quarta-feira, janeiro 18, 2006

Assalto ao Frigorífico

Hoje de manhã tive consulta de obstetrícia. Levantei-me entusiasmada e preparei-me meticulosamente para o rendez-vous com a balança da maternidade. Esta balança é de uma precisão irrepreensível!!não deixa escapar a oscilação de gramas sendo por isso usada pelos médicos. Desenvolvi uma fobia à maldita máquina por saber o responso que apanho sempre que ouso por-lhe os pés em cima.
Tinha prometido na última consulta que não aumentaria muito de peso, que me iria comportar bem, mas intimamente sabia que isso seria de uma violência comparável às requintadas práticas de tortura dos inquisidores .
Teria, em defesa de uma dieta equilibrada e saudável para mim e para o António, de fazer um Natal Light, Diet sem direito a todas as iguarias maravilhosas que nos passam à frente durante pelo menos uma semana. Quando me comprometi a ser comedida estava até muito bem intencionada, mas o meu plano foi por água abaixo quando me propus a organizar a consoada em minha casa, tendo consequentemente enchido o frigorífico de coisas óptimas e calóricas.
Era um plano perfeito se seguido à risca: a única excepção permitida seria nos dias de Festa resumidos a 3 salvo os quais faria boicote às filhoses, coscoreis, chocolates e restantes doces e queijos que compunham o enorme "cabaz de Natal".Mas, devido à minha condição de simples humana, dia após dia fui perdendo a disciplina e a timidez com o frigorífico, primeiro de forma menos arrojada e com o pretexto de não estragar comida mas à medida que me ia deleitando com os sabores e cheiros que me entravam pela boca e nariz fui perdendo o pudor e acabei em actos de vandalismo descontrolado que nada têm em comum com a relação de Kim Basinger com a comida em "Nove semanas e meia".
E hoje ali estava para prestar contas tal réu em dia de julgamento. Vesti o meu vestido de malha mais leve, tipo película, substitui as pesadas botas de inverno por uns elegantes sapatinhos que devem pesar no máximo 300 gramas e se a médica me perguntasse o que teria a dizer em minha defesa apenas retorquiria pouco convicta - "o bébé deve ser ENORME e pesado como o pai meretíssima, isto é só barriga".
Lá me arrastei contrariada para cima da dita-cuja, despindo o casaco para me aliviar de mais uns kilos e...surpresa das surpresas... aumentei apenas meio kilo!A médica satisfeita ainda me disse que os americanos se iriam espantar com uma pré-mamã tão elegante!Sorri pensando "Quem disse que o crime não compensa?"

2 comentários:

Anónimo disse...

Madame

Fico bastante feliz de saber que a fábrica continua a trabalhar dentro dos parâmetros exigidos...
Nos tempos que correm já não há espaço para fábricas obesas... Espero assim que sejas um exemplo de rigor... Houve apenas uma coisa quem me deixou apreensivo, o facto de estares a pensar deslocar a tua fábrica para os EUA... Temo que sejas atraiçoada pela matéria-prima (fast-food)... As fábricas Norte-Americanas são as que mais poluem em todo o mundo, não só pela sua obesidade mas sobretudo através da libertação de gases. Como fábrica exemplar que és peço-te que resistas e que não compactues com as outras fabriquetas, inimigas do ambiente. A camada do ozono agradece...
Sem mais assunto de momento me retiro... Não sem antes desejar as melhores felicidades ao revolucionário projecto aeronáutico e a seus mentores.

Variz

Gastarina disse...

Chuckie:

Fico sensibilizada com a tua preocupação e fica descansado pq a minha fabrica ja foi certificada como sendo de alta qualidade e amiga do ambiente.Nao embarca no entanto em "choques tecnologicos" a todo custo!Vai p os US mas mantem-se fiel aos inputs biologicos e tradicionais!

Vai aparecendo!

B747